Mário Luft: venda da Viação Garcia foi uma das maiores transações feitas na cidade
JUSTIÇA
Empresário gaúcho não teria pagado as
parcelas da venda da empresa Viação Garcia. Transação foi feita no final
de 2010, no valor de R$ 400 milhões
Vinte
e seis membros da família Garcia entraram na Justiça contra o
empresário gaúcho Mário Luft, sua empresa Luftland Transportes e Viação
Garcia. O processo, que corre na 7ª Vara Cível de Londrina, foi
protocolado em novembro por inadimplência de pagamentos das parcelas da
venda da empresa de ônibus, realizada no final de 2010. A negociação –
no valor de R$ 400 milhões – envolveu também as Viações Ouro Branco e
Princesa do Ivaí, além de 37 garagens.
Uma liminar, datada de novembro de 2012 e assinada pelo juiz José
Ricardo Alvarez Vianna, faz a alienação dos bens de Luft por “receio de
perecimento de patrimônio do devedor que o impeça de fazer frente à
responsabilização patrimonial”. Na liminar, o juiz aponta que “consta
dos autos documentos que indicam que obrigações contraídas pela parte
requerida, bem como constituída esta em mora, não houve, em tese, o
regular cumprimento da obrigação de pagar quantia certa firmada pela
parte requerida/devedora”.
O boato sobre a inadimplência de Luft
com a família já movimentava a cidade há algum tempo. A confirmação
veio com a publicação, nos classificados do JL, de um edital “para
conhecimento de terceiros eventuais interessados nos autos de protesto
contra alienação de bens”. O ex-presidente da empresa José Paulo Garcia
Pedriali foi procurado pela reportagem, mas não quis comentar a
informação.
Os advogados das partes também não quiseram se pronunciar. Segundo o
advogado Francisco Brás, do escritório Peregrino Neto e Beltrami
Advogados, de Curitiba, que defende os réus na ação, ele nem poderia ter
atendido a reportagem. Já o advogado londrinense Antônio Farias
Ferreira Netto, que defende a família, confirmou a ação e disse que é
“como qualquer outra do tipo, a única diferença são os valores”. Ele
disse que não comentaria o processo nem as estratégias para não
prejudicar a Viação Garcia. “É interesse da família que a saúde
financeira da empresa seja preservada, principalmente porque tem 2,8 mil
empregados”, diz.
A venda da Viação Garcia movimentou a cidade. Além de ser uma das
empresas mais antigas e tradicionais de Londrina – já na terceira
geração de proprietários -, o valor da negociação chamou a atenção. Foi,
juntamente com a venda do Catuaí Shopping e da Unopar, uma das três
maiores transações comerciais já registradas na cidade.
O
empresário Mário Luft foi procurado pela reportagem, que foi informada
que ele estaria em viagem. Ele é presidente do conselho de administração
do Grupo Luft, um dos maiores conglomerados de transporte e logística
do Brasil. Em 2010, o grupo tinha 4,4 mil funcionários, 1,6 mil
caminhões e faturou cerca de R$ 1 bilhão.
Texto: Telma Elorza
FONTE:
http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1342945&tit=Familia-Garcia-ingressa-com-acao-contra-Mario-Luft